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"Quando orarem, vocês não serão como os vaidosos que gostam de orar em lugar visível para serem vistos pelos homens. Vocês, quando orarem, entrem nos seus quartos e, fechada a porta, orarão ao seu Pai, que ali está, invisível, mesmo que ninguém o veja. E não fiquem repetindo a mesma coisa, como se Deus fosse surdo. Deus sabe do que vocês necessitam, antes que vocês o digam. Vocês orarão assim:
Pai, mãe de olhos mansos,
Sei que estás, invisível, em todas as coisas.
Que o teu nome me seja doce,
A alegria do meu mundo.
Traze-me as coisas boas em que tens prazer:
O jardim,
As fontes,
As crianças,
O pão e o vinho,
Os gestos ternos,
As mãos desarmadas,
Os corpos abraçados...
Sei que desejas dar-me o meu desejo mais
[Fundo,desejo que esqueci...
Mas tu não esqueces nunca.
Realiza, pois, o teu desejo,para que eu possa
[rir.
Que o teu desejo se realize em nosso mundo,
[da mesma forma como ele pulsa em ti.
Concede-nos contentamento nas alegrias de
[hoje: o pão,a água,o sono....
Que sejamos livres da ansiedade.
Que nossos olhos sejam tão mansos para com
[os outros como os teus o são para conosco.
[Porque se formos ferozes não pode-
[remos acolher a tua bondade.
E ajuda-nos para que não sejamos enganados
[pelos desejos maus, e livra-nos daquele que
[carrega a Morte dentro dos
[próprios olhos. Amém."
Autor: Rubem Alves
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